Empatia no AVC
O AVC, ou Acidente Vascular Cerebral, é um evento no cérebro que lesiona os tecidos cerebrais por ou um entupimento de vaso sanguíneo ou pela ruptura de um desses vasos por pressão excessiva, podendo causar perda de movimentos ou até mesmo de capacidade de pensamento. O AVC é considerado no Brasil como a principal causa de incapacidade, tornando-se uma condição associada a grande impacto financeiro e emocional, porém a parte mais complexa começa no diálogo com esse paciente.
CONVERSAR COM O PACIENTE OU COM OS FAMILIARES, PODE AJUDAR?
O AVC pode causar sequelas de diversas intensidades. Embora a maior parte sofra sequelas motoras, é realmente um quadro de amplas possibilidades, e dentro desse cenário conversar e compreender o paciente é de extrema importância, e quando possível (quando o paciente possui a capacidade de se expressar e ajudar a explicar o que sente), essa troca de informação deveria ser uma parte do tratamento, sentar e conversar com o paciente. Mas porque, e porque isso não é óbvio?

VEJA DE ONDE VEM OS MAIORES PROBLEMAS PÓS TRAUMA.
Apesar de um paciente chegar sem poder mexer o braço ou a perna, é sempre relevante lembrar que estruturalmente o corpo está saudável. Embora não haja movimentos no braço, todos os problemas deste braço são oriundos do cérebro, e a fisioterapia usual vê esse cérebro como deficitário e treina na insistência do movimento, o que gera o potencial de que esse paciente estimule a região lesionada e dessa maneira tente recriar tecido cerebral, que então assuma essa função que foi perdida após o AVC.
O QUE DEVEMOS APRENDER E REFORMAR NO PACIENTE?
A conversa é relevante nesse paciente pois a formação do movimento de um membro é composta por diversos músculos somados que geram o movimento desejado, e todo esse trabalho mental é um aprendizado na infância que se torna automático, e quando ele é lesionado se necessita uma reformação dele desde o início. Ter uma percepção de um corpo com sequela é um extremo exercício de imaginação na mente de alguém que não passou por isso, em outras palavras, somente quem sofreu um AVC sabe a sensação de ter tido um AVC, todos os outros fazem boas adivinhações no melhor caso.
O APRENDIZADO É CONSTANTE, CADA CASO UM MODELO DE ATENDIMENTO!
Então, na troca de informações com o paciente, o profissional se torna capaz de desenhar a ideia do que está faltando e o que está presente para recuperar os movimentos perdidos. Portanto, analisar as sensações do paciente, como ele sente o próprio corpo, e o que ele não sente, é fundamental para que o profissional saiba a melhor forma de colocar isso como foco no tratamento.
AVALIAÇÃO ININTERRUPTA, DEDICAÇÃO PERMANENTE.
Embora cada conversa gere conhecimento para o fisioterapeuta, a conversa é sempre importante, uma vez que cada paciente terá uma resposta diferente. Conforme o tempo passa o próprio paciente vai ter resultados diferentes, sendo necessário readaptar, rever e mudar o foco sabendo como o paciente se sente melhor ou pior, e quais serão os novos objetivos das próximas sessões.
